IPGII

Somente a Graça

“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus;” Ef 2.8

A doutrina da salvação pela graça foi fundamental para o estabelecimento do ensino bíblico no tempo da Reforma Protestante. Essa doutrina incomoda muita gente. Até mesmo aqueles que creem e afirmam sermos salvos pela graça, de uma certa forma, sentem-se desconfortáveis. Mas, por quê? Porque o ser humano, com seu desejo de independência, não suporta a ideia da salvação fora do seu controle. O ser humano sempre quer ouvir que ele precisa fazer algo para ser salvo. Para o homem, saber que a salvação não está em seus méritos é algo incômodo. Lembramos da pergunta do carcereiro de Filipos ao apóstolo Paulo: “[…] que devo fazer para ser salvo?” (At 16.30b).

Desde que o cristianismo passou a ser a religião do Império Romano, muitas pessoas vieram do paganismo com suas crenças que foram, ao longo do tempo, sendo inseridas junto com as práticas cristãs. Mas foi no período da Idade Média que o abandono da doutrina da salvação somente pela graça alcançou seu auge, até ser resgatada e ensinada pelos reformadores.

Mas o que a doutrina da salvação somente pela graça ensina? Nela nós afirmamos que somos resgatados da ira de Deus, unicamente, pela salvação pela graça. A obra exclusiva e sobrenatural do Espírito Santo é que nos leva a Cristo, nos livrando da servidão do pecado e nos tirando da morte espiritual, conduzindo-nos à vida.

Essa doutrina combate os erros que foram inseridos ao longo do tempo, ao ponto da tradição religiosa falar mais alto que a própria Bíblia. Esses erros foram se avolumando até chegar, para muitos, no distanciamento total da graça de Deus. Ensinamentos como o purgatório, missa em favor dos mortos, penitências e tantos outros ensinos, serviram para afastar as pessoas da graça de Deus, levando-as a crer que suas obras as justificavam e traziam perdão e salvação dos seus pecados.

O ensino da salvação somente pela graça gerou o que ficou denominado “As Doutrinas da Graça”. Dentre elas quero destacar a “Depravação Total”. Para entendermos que somente a graça e o tamanho dessa graça é necessário entendermos que o homem está morto em seus delitos e pecados, como afirmam as Escrituras. É isso que a “Depravação Total” vem ensinar. Não é que o homem esteja destituído completamente de toda e qualquer virtude, mas que o homem segue o curso do pecado e está completamente sujeito ao pecado, tendo motivações e inclinações pecaminosas. Por isso, ele é incapaz de fazer qualquer coisa que o conduza à salvação, bem como incapaz de merecer a salvação mediante seus esforços e obras.

Para que não recebamos o salário do pecado, que é a morte, é necessário que Deus aja em nosso favor concedendo-nos por graça a salvação.

Não há salvação pelos nossos méritos. A salvação não pode ser comprada, nem adquirida por nossa vontade. Não podemos colaborar com Deus em nossa salvação. Podemos, sim, confirmar a salvação de Deus em nossa vida pelo proceder santo refletido em nossas obras, mas não podemos alcançar pelas obras a nossa salvação. Somente a graça!

Por: Rev. Robson Luiz Silva dos Reis
Igreja Presbiteriana do Guará II

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