Talvez nunca tenha sido tão difícil ser igreja na atual conjuntura. Entretanto, a igreja é chamada para ser sal da terra e luz do mundo. Foi o Senhor Jesus quem disse: “Vós sois o sal da terra […] vós sóis a luz do mundo” (Mt 5. 13, 14). A igreja tem uma missão. O seu papel é ser testemunha de Cristo na sociedade moderna.
Não é a igreja que pede para testemunhar na época atual, mas é a divina soberania que quis que fosse assim e agora. Assim como aconteceu com o profeta Daniel e os seus amigos. Veja bem, os servos de Deus não escolheram ir para a Babilônia. Eles foram levados para a Babilônia. Tanto é assim que Daniel tinha consciência sobre o fato de viver naquele lugar (Dn 1. 2). Eles foram colocados na Babilônia de Nabucodonosor.
Mas afinal, o que a Babilônia representa? A Babilônia representa uma sociedade pagã. Ela representa uma cultura hostil, nada amistosa. O governo da Babilônia, assim como sua população eram avessas à vontade de Deus. Além disso, oprimia e perseguia o povo de Deus. Como parte daquele sistema existia: a sedução, a pressão e a perseguição.
A igreja contemporânea também enfrenta a sedução, a pressão e a perseguição. O espírito da Babilônia continua operando. Por isso, a sociedade atual é um grande desafio para a igreja. A igreja é colocada na sociedade cuja cultura é dominada por deuses falsos. A idolatria pode ser encontrada em todas as estruturas da sociedade: na política, na educação, na arte e na gastronomia.
A igreja é enviada para servir de testemunho numa sociedade plural, relativista e multireligiosa. Existe uma razão para que a igreja seja enviada para sociedades que não levam Deus a sério. Existe um porquê, pois o Senhor Deus quer que sua glória seja conhecida. As divindades ofuscaram os olhos das pessoas. Elas estão impedidas pelo deus do século de ver e conhecer a glória do Deus invisível e imortal.
O profeta Isaías é enfático ao dizer: “Porque conheço as suas obras e os seus pensamentos e venho para ajuntar todas as nações e línguas; elas virão e contemplarão a minha glória. Porei entre elas um sinal e alguns dos que foram salvos enviarei às nações, a Társis, Pul e Lude, que atiram com o arco, a Tubal e Javã, até às terras do mar mais remotas, que jamais ouviram falar de mim, nem viram a minha glória; eles anunciarão entre as nações a minha glória” (Is 66. 18, 19). Por isso, Deus envia e coloca o seu povo dentro da cultura que faz pressão, pois quer que sua glória seja conhecida.
Logo, além de ser testemunha, para que a glória de Deus seja conhecida, a igreja que é chamada para testemunhar também é chamada a resistir na sociedade. Precisamos resistir à pressão cultural. Agora, como é possível resistir? O que temos que resistir? O que é preciso ter para resistir? O que é preciso fazer para resistir?
Porém, ao invés de responder de modo imediato a tais perguntas, vamos analisar em nossa próxima reflexão, a partir da mensagem encontrada em Daniel 3: O que não é preciso resistir, o que teremos que resistir e contra o que precisamos resistir. Até lá que o Senhor Deus te conceda poder, sabedoria e discernimento para resistir à pressão cultural.
Por: Rev. Fabio Henrique de Jesus Caetano.
Pastor da IPGII – DF.