Grande parte dos cristãos conhece a ordem de fazer discípulos, dada pelo Senhor Jesus, chamada de Grande Comissão (Mt 28.19). Todavia, grande parte destes cristãos não obedece a ordem. O fato de ela ser uma ordem deveria ser mais que suficiente para todo cristão cumprir a Grande Comissão. Já que não tem sido suficiente, com o objetivo de incentivar mais cristãos a fazer discípulos, gostaria de apelar para os impactos do discipulado.
De maneira simples, o pastor norte americano Mark Dever diz que discipulado se trata de “como ajudar pessoas a seguir Jesus”. Todos os cristãos devem e podem cumprir essa tarefa. Com intencionalidade, o discipulado pode ser exercido de várias formas. Seja ele mais individualizado, ou com um pequeno grupo de pessoas, ou até mesmo no púlpito com centenas de cristãos nos bancos, o discipulado sempre causa impactos. Obviamente que, assim como um personal trainer consegue ajudar seu aluno a alcançar maiores resultados, o discipulado individualizado também tende a gerar maiores impactos na vida de um cristão. Mas todo discipulado contribui para a santificação e frutificação dos crentes em algum nível.
Em um dos trechos de sua carta escrita para seu discípulo Timóteo, o apóstolo Paulo diz: “E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros” (2Tm 2.2). Percebemos aqui a dinâmica do discipulado: Discípulos discipulando discípulos para discipularem outros discípulos. É assim que o discipulado vai gerando grande impacto na vida da igreja, de forma que a glória de Deus vai sendo manifestada mais abundantemente através dos crentes.
Dentre muitos exemplos nas Escrituras, cito os impactos do discipulado de Barnabé e Paulo no primeiro século da era cristã. Barnabé tirou Paulo do anonimato para pastorear, discipular, com ele a igreja em Antioquia. Barnabé discipulou Paulo não só no pastoreio, mas na viagem missionária que empreenderam com o intuito de fazer mais discípulos. Barnabé discipulou outros cristãos, assim como Paulo, que, inclusive, chamou Timóteo para um discipulado mais próximo em sua segunda viagem missionária. Timóteo se tornou o pastor, discipulador, da igreja de Éfeso, que se tornou uma grande igreja missionária, discipuladora, naquela época. Resumindo: Barnabé discipulou Antioquia e Paulo, que discipulou Antioquia e Timóteo, que discipulou Éfeso, que discipulou o mundo. Enfim, é notável os impactos gloriosos que o discipulado causou.
Diante disso, nós também precisamos ser discipuladores nos nossos dias, pois, além de uma ordem dada por Jesus, o discipulado gera grandes impactos que glorificam o nome de Jesus. É necessário que abandonemos o nosso egoísmo e o nosso individualismo para envidarmos esforços nessa nobre tarefa que nos foi dada. Só assim seremos relevantes onde o Senhor nos coloca. Rogo a Deus para que não só a ordem, mas os resultados do discipulado sejam molas propulsoras para avançarmos no discipulado. Com isso, mais pecadores se tornarão discípulos de Cristo, e mais discípulos serão mais santos, refletindo com mais fulgor a luz de Cristo na Igreja e no mundo.
Por: Rev. Luciano Vieira Ribeiro
Igreja Presbiteriana do Guará II