Não temos como falar de justificação sem lembrarmos de Martinho Lutero. Este, com medo por sua salvação fez um voto de virar monge quando uma tempestade o pegou. Dentro do monastério procurou ser salvo por seu próprio esforço, mas a única coisa que conseguiu foi ter uma visão errada de quem era Deus como ele mesmo falou: “Andava constantemente em um sonho e vivia em verdadeira idolatria, pois eu não cria em Cristo: eu o via tão somente como severo e terrível Juiz assentado sobre um arco-íris.”
Mas um dia, ao meditar mais profundamente em Romanos 1, mais especificamente no verso 17, ele entendeu como um pecador pode ser justificado diante de um Deus tão santo e puro. Lutero disse: “Finalmente, ao meditar de noite e de dia, pela misericórdia de Deus, prestei atenção ao contexto das palavras (…). A justiça de Deus é a justiça pela qual o justo vive por um dom de Deus, ou seja, pela fé (…). Então senti que eu nasci totalmente de novo e havia entrado por portões abertos no próprio paraíso.”
A história de Lutero pode ser igual a sua. Talvez você ainda esteja confiando em suas próprias obras e isso esteja te consumindo. Então gostaria de compartilhar os benefícios da justificação pela fé, em Jesus e em sua obra redentora.
1 – A fé – Não estamos falando de qualquer fé, mas a fé salvadora que nos acompanhará até o dia que entrarmos na glória. Essa fé não vem da justificação, mas é o meio pelo qual somos justificados. Ela é um presente de Deus. Não conseguimos produzi-la. Por isso, ela é o primeiro benefício, sem ela não há justificação.
2 – A aceitação de Deus – Ninguém é aceito diante de Deus pelas suas próprias obras. Se o Senhor nos recebe diante do seu trono de graça é pela mediação de Jesus Cristo, que cumpriu a lei em nosso lugar, para que por sua obediência fôssemos aceitos diante do Pai.
3 – A imputação da justiça de Cristo – Deus pôs sobre nós a justiça de Cristo. De modo que, pela sua livre graça, não por atos de justiça nosso, quando ele olha para nós é como se olhasse para as marcas de Cristo na cruz refletidas em nós.
4 – A reconciliação com Deus – uma vez que a justiça de Cristo foi colocada sobre nós, deixamos o status de inimigos de Deus e nos tornamos seu amigo. O relacionamento quebrado pelo pecado foi restaurado pelo sangue de Jesus.
5 – O perdão dos pecados – Em Cristo, todos os nossos pecados foram perdoados. “E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos;” (Cl 2.13).
6 – A intercessão de Cristo – Pelo sacrifício perfeito e suficiente de Cristo somos livres da culpa e da condenação do pecado. Entretanto, por causa do pecado, ainda sofremos com dúvidas e vergonha. Mas aquele que foi justificado tem o consolo da intercessão de Cristo, para que o Espírito guie o justificado ao arrependimento e fortaleça sua fé nas promessas. “Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou o qual está à direita de Deus e também intercede por nós.” (Rm 8.33,34).
7 – A paz – Não estamos mais em guerra contra Deus, pelo contrário, agora somos salvos por ele e reconciliados com ele para lutarmos contra nós mesmos, o mundo e o diabo. Agora estamos em paz com Deus.
Veja quantas coisas alcançamos de graça, pelo mérito da obra de Cristo. Esses benefícios podem ser experimentados por você também no momento em que você para de confiar em si mesmo e se entregar com confiança na obra da Cruz, em Cristo, pela fé.
Que o Senhor nos abençoe!
Por: Rev. Robson Luiz Silva dos Reis
Igreja Presbiteriana do Guará II