IPGII

O Resultado da Justificação

É muito fácil confundir a justificação com a regeneração e a santificação, mas elas não são a mesma coisa, apesar delas acontecerem simultaneamente. Quando somos regenerados, somos justificados e introduzidos no processo da santificação. Por vezes confundimos a ordem da salvação, assim também confundimos a justificação com o seu resultado. É nesse momento que
achamos que as obras são a base da justificação. Mas não é.

Você tem ouvido que a justificação é pela fé, mas a fé não é a base da justificação. A base da nossa justificação é a livre graça de Deus. Paulo, escrevendo aos romanos disse: “sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus;” (Rm 3.24). Observe que Paulo fala que a justificação se dá pela graça de Deus. Assim como somos
salvos pela graça, assim também é a nossa justificação. Assim como ele nos escolheu sem mérito nenhum em nós, ele nos salvou sem mérito algum da nossa parte e nos justificou sendo nós inimigos dele. Graça pura.

Entretanto, o Deus dos fins é também o Deus dos meios. Deus, em sua graça, providenciou o instrumento para que fôssemos justificados. Esse meio é a fé. Olha o que Paulo disse aos efésios: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; isto não vem de vós; é dom de Deus;” (Ef 2.8). Nesse texto fica claro que a base da justificação é a graça, por quem nós somos salvos, mediante a fé. Contudo, não somos nós que produzimos fé, mas Deus, por sua graça, nos concede esse presente, para que creiamos na única e suficiente obra que nos justifica, a obra da cruz de Cristo. Francis Schaeffer disse: “Minha fé é simplesmente as mãos vazias com as quais aceito a dádiva de Deus”.

Então o objetivo da justificação é que demos glórias a Deus, por sua graça e pela fé que ele nos concede em Cristo, para que creiamos em Cristo e não em nós e em nossas obras.

Porém, nossa reflexão versa sobre “O resultado da justificação”. Sim! Mas sem entender a base, a instrumentalidade e o objetivo, facilmente cometeríamos o erro de pensar que a justificação depende de nós e do que fazemos. Por que? Porque a evidência da fé salvadora, que é o meio da nossa justificação, são as obras que praticamos. Por isso Tiago escreve: “Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta.” (Tg 2.17). Porém, não somos justificados pelas obras, as nossas obras só revelam a nossa pecaminosidade, porque elas foram corrompidas pelo pecado. Entretanto, depois de alcançados e transformados pela graça de Deus, possuindo a fé que Deus nos presenteou, podemos evidenciar essa fé pelas obras, pois somos movidos a glorificar e
obedecer a Deus em gratidão por tudo o que ele fez e ainda faz por nós. Dietrich Bonhoeffer disse: “Não há qualquer outro caminho para a fé senão o da obediência ao chamado de Jesus”. Na mesma linha de pensamento está uma frase de Agostinho de Hipona: “Ele chama e nós espondemos, não pela voz, mas pela fé; não pela língua, mas pela vida.”

Então as nossas obras não são a base, nem o instrumento da nossa justificação. Nada do que fazemos pode nos justificar perante o tribunal de Deus. Mas as obras são resultado daquilo que já foi declarado no tribunal de Deus. Quando o Senhor nos declarou justos em Cristo, pelo sacrifício redentor de Jesus, nós passamos da posição de inimigos de Deus para a de reconciliados com Deus, isso não muda nossa condição de pecadores, por isso, nossas obras não são a causa de nossa justificação, mas a fé. Fé de que na obra de Cristo, nossas obras em Cristo glorificam a Deus. Que o Senhor nos abençoe!

Por: Rev. Robson Luiz Silva dos Reis
Igreja Presbiteriana no Guará II

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