IPGII

O Que Não É Preciso Resistir

O povo de Deus precisa ter a consciência sobre sua missão no mundo, bem como a complexidade enfrentada no mundo. A sedução, a pressão e a perseguição são algumas situações com as quais a igreja precisa lidar. Por isso, urge a necessidade de resistir o espírito da época, assim como o espírito do anticristo cujo mistério da iniquidade já opera.

O povo de Deus precisa saber que os tempos são sombrios e os dias são maus. Por isso, a firmeza, sabedoria, discernimento e coragem são algumas virtudes que o povo de Deus precisa cultivar e ter para realizar sua missão. Todavia, a igreja sabe que nada nem ninguém poderá impedir o seu avanço.

Temos falado que precisamos resistir à pressão cultural. Agora, como é possível resistir? O que temos que resistir? O que é preciso ter para resistir? O que é preciso fazer para resistir? Porém, ao invés de responder de modo imediato a tais perguntas, vamos analisar em nossa reflexão o que não precisamos resistir. Portanto, vejamos a seguir.

Primeiro, o que não precisamos resistir. É sabido que no afã de viver uma vida pura e santa, por vezes o povo de Deus faz uma dicotomia daquilo que o evangelho jamais prescreveu.

Logo, o cristão precisa olhar para a Escritura como um vetor que fornece padrão, modelo e princípio sobre como devemos interagir com a cultura. Sendo assim, duas lições são importantíssimas para forjar nossa maturidade cristã sobre o assunto.

Em primeiro lugar, ninguém precisa resistir às oportunidades legítimas que aparecem na cultural (Dn 1. 4, 5, 16-20). Os jovens hebreus foram matriculados na “Harvard da Babilônia”. Estudaram o idioma caldeu, aprenderam sobre sua cultura e costume, sociologia e antropologia, até mesmo sobre a religião daquele povo.

Todavia, Daniel e os seus amigos não demonizaram o ensino sobre a cultura babilônica. Sabiam diferenciar o que era fruto da graça comum daquilo que é pecado.

Sendo assim, faz parte da nossa convicção, que as passagens supracitadas fornecem uma visão ampla daquilo que entendemos ser oportunidades legítimas, pelas quais a vocação será realizada dentro da sociedade e o nome de Deus será conhecido.

Logo, você não precisa ter medo daquilo que é legítimo dentro de uma sociedade alienada de Deus, porque dentro do tecido social de um povo existe muito da graça comum de Deus dispensado aos povos.

Em segundo lugar, ninguém precisa resistir às promoções legítimas que aparecem na cultura (Dn 2. 49). Após a formação acadêmica, os jovens hebreus foram submetidos ao teste de vocação. Foram levados “[..] à presença de Nabucodonosor” (Dn 1. 18). O teste foi realizado pelo próprio rei da Babilônia.

Sobre o teste, assim diz o texto santo: “Então, o rei falou com eles; e, entre todos, não foram achados outros como Daniel, Hananias, Misael e Azarias; por isso, passaram a assistir diante do rei” (Dn 1. 19). O preparo que receberam sobre conhecimento fez com que fossem guindados para servir no governo.

Mais tarde, depois de algum tempo, os servos de Deus foram promovidos novamente. Veja o que diz a Escritura: “A pedido de Daniel, constituiu o rei Sadraque, Mesaque e Abede-Nego sobre os negócios da província da Babilônia; Daniel, porém, permaneceu na corte do rei” (Dn 2. 49). Aqueles homens foram promovidos e serviram naquela sociedade, sem, contudo, se contaminar.

Por isso, faz parte do nosso entendimento que ninguém precisa rejeitar aquilo que é justo no âmbito daquilo que Deus chamou para ser feito. O cristão é chamado para realizar um serviço na comunidade onde reside.

Sendo assim, é necessário que o cristão saiba, que como agente do reino de Deus não precisa repudiar as oportunidades de servir na política nem em quaisquer outras áreas que sejam legítimas. Somos chamados para viver dentro da sociedade, não fora dela.

Por fim, o cristão como servidor público pode, e deve atuar na esfera pública, seja em partido de direita ou de esquerda, desde que seja justo e legítimo. Lembre-se que você foi chamado para ser sal da terra e luz do mundo. Então, em o nome do Senhor Jesus, cumpra com o seu dever de ser o representante do reino de Deus na sociedade atual.

Por: Rev. Fabio Henrique de Jesus Caetano.
Pastor da IPGII-DF.

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