A igreja atual tem perdido dia após dia uma de suas principais características, a unidade. Quanto mais o tempo passa, mais vemos grupinhos, ou mesmo famílias isoladas dentro da igreja.
As Escrituras nos ensinam que a unidade deve ser preservada. A igreja primitiva nos dá o exemplo dessa unidade, ainda que não estivessem isentos de problemas e discórdias, como aconteceram, mas eles buscavam viver unidos, resolvendo suas diferenças, sob a direção do Espírito, porque criam que o que os unia era maior que suas diferenças.
Na igreja existem pessoas diferentes, com dons diferentes, personalidades diferentes, observações diferentes e tudo isso não deveria ser para criar confusões, mas para que, com humildade, todos vissem quanto são dependentes uns dos outros.
É por isso que as Escrituras trazem ilustrações de como a igreja mostra a sua unidade na diversidade.
A igreja é uma comunidade – Em 1Pe 2.9a lemos: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus,…”. Todo povo tem seu estilo de vida, língua, hábitos. Nós, como povo, comunidade de Deus, também temos a nossa. Não importa se no Brasil, na Coreia, no Canadá ou em outro lugar do mundo. Temos os ensinos universais das Escrituras, que são iguais para nós e para todos os cristãos. Mesmo havendo diferenças por causa das regiões, a obediência às Escrituras é algo comum a todos os eleitos de Deus e podemos aprender coisas diferentes uns com os outros dentro desta diversidade.
A igreja é um corpo – “Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos” (1 Co 12.14).
Veja nesta figura que Paulo usa sobre a igreja como a diversidade trabalha em favor da unidade. Cada membro da igreja precisa exercer seu dom para edificar seus irmãos, sendo assim, dirigidos pela Cabeça do corpo, Cristo. Nenhum órgão é igual ou tem função igual no corpo, mas todos agem para que todo corpo cresça e desenvolva saudável.
A igreja é uma família – Essa, possivelmente, é a maneira menos vivida hoje pela igreja. Quem tem mais tempo de vida cristã deve se lembrar como era bom estar com os irmãos. Os acampamentos, programações nos feriados, aquela conversa prazerosa após o culto etc. Parece que tudo isso foi ficando para trás e as famílias começaram a se isolar. Isso trouxe consequências graves à família da fé, porque a igreja já não se conhece mais, as amizades dentro da igreja são perdidas, porque ninguém mais investe tempo com seu irmão. Até mesmo a expressão “irmão” ou “irmã” está perdendo seu sentido, uma expressão vazia. Devemos nos lembrar que somos irmãos de sangue de fato, o sangue precioso de Jesus. Por este sangue partilhamos da herança celestial.
Cristo nos chamou para sermos um com ele. Isso é ser uma comunidade. Cristo nos chamou para servirmos uns aos outros. É isso que um corpo faz. Cristo nos chamou para amarmos uns aos outros. É isso que uma família faz. Vivamos a unidade na diversidade.
Por: Rev. Rev. Robson Luiz Silva dos Reis
Igreja Presbiteriana do Guará II