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A Singularidade do Cristo da Escritura

Cristo é o “Todo-poderoso, aquele que era, que é e que há de vir” (Ap 4. 8). Ele foi, é e será sempre uma pessoa singular na história. Sua declaração é contundente. Ele diz: “Eu sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso” (Ap 1. 8). Ele é o começo e o fim de todas as coisas.

A singularidade de Jesus Cristo é reconhecida por muitos, de vários modos e em muitos aspectos. Contudo, nem sempre tal reconhecimento toca no eixo da sua primazia. É importante salientar que se a hegemonia de Cristo for removida, a Igreja Cristã deixa de existir, pois, ele é a razão, a pedra angular e o fundamento da existência e permanência da Igreja.

Na verdade, sem a preeminência de Cristo não existiria cristianismo. Sem Cristo, o cristianismo não existiria nem permaneceria em pé. Jesus Cristo é o fundamento sólido e a coluna principal do cristianismo histórico. Por conta disso é importante enfatizar a sua singularidade escriturística.

A singularidade de Jesus Cristo é percebida na sua autoridade ímpar. Além disso, a autoridade de Cristo encontra o seu alicerce na sua pessoa e obra redentora. De tal forma que esta consideração não está condicionada a evidências externas, mas internas. Quem autentica essa verdade é o próprio Deus Pai, o qual atesta a singularidade de Jesus Cristo ressuscitando-o dentre os mortos. Sendo assim, a singularidade de Jesus Cristo é supra cultura e contracultura.

Este ponto é o divisor de águas entre a teologia evangélica e a não evangélica, pois a segunda procura estabelecer a autoridade de Cristo nos fatores externos à Escritura, em primeira não. Ao invés de buscar embasamento na Escritura, a teologia não evangélica lança os seus pressupostos em areia movediça, pois os lança na “onipotência da razão”, na aferição da experiência religiosa e sobre os pilares éticos da cultura.

Com isso, surge um Cristo não histórico, mas, um Cristo concebido pela imaginação dos homens e condicionado a cultura. A teologia cristã, entretanto, possui as suas colunas fincadas na revelação encontrada na Escritura.

Ainda digno de nota são os cinco aspectos elementares na singularidade de Cristo no entendimento do evangelicalismo, os quais são denominados por Alister McGrath de seminais. A importância da pessoa e obra de Jesus Cristo na construção da teologia cristã passa pelos seguintes aspectos: a importância revelacional de Jesus Cristo, soteriológica, mimética, doxológica e querigmática.

Cada aspecto da importância singular de Jesus Cristo funciona como degraus ascendentes tanto na produção teológica como na dinâmica da Igreja Evangélica. Isto precisa será visto de modo pormenorizado a seguir.

1) O aspecto revelacional de Jesus é a personificação e a auto-revelação de Deus. O Cristo histórico é o Cristo que revela o Deus Pai. Ele é a plenitude ou clímax da revelação do Criador. Neste caso, Cristo não é uma revelação vinda de Deus, mas a revelação de Deus. Quem vê o Filho vê o Pai, pois Jesus Cristo é expressão exata do seu ser.

2) O segundo aspecto da importância da singularidade de Cristo é o soteriológico. Sem Cristo não existe possibilidade de salvação. A salvação é uma realidade possível por causa da morte e ressurreição de Jesus.

3) O terceiro aspecto é o mimético. Em Cristo temos o exemplo perfeito de vida e fé. A vida cristã não é pautada no exemplo ético apenas, por outro lado, Cristo é a encarnação de uma vida genuinamente cristã. Na verdade, quando um indivíduo é salvo por Jesus Cristo, imediatamente, ele entra num processo de conformação a Cristo, a partir disso, o crente passa a tê-lo como modelo a ser imitado e seguido.

4) O quarto aspecto é o doxológico. O Cristo que foi morto, mas que ressuscitou é o Cristo exaltado, o qual encontra-se a direita de Deus Pai. Aquele que se humilhou para redimir pecadores é o Deus encarnado, o qual deve ser adorado e amado por todas as gerações e por todos os séculos e eternidade.

5) Por fim, o aspecto querigmático. O Jesus Cristo que é a revelação de Deus, que é o Salvador, que é exemplo de fé a ser imitado, que é digno de ser adorado, logo, também, é o Cristo a ser proclamado. O evangelho proclamado pela igreja tem como essência a pessoa e obra de Cristo.
Portanto, a singularidade de Cristo no evangelicalismo enfatiza que tudo precisa girar e ser baseado em Cristo. Uma coisa é certa, se você quer conhecer a singularidade de Jesus Cristo, então você precisa ler a Escritura. O Cristo da Escritura nos encoraja com as seguintes palavras: “Examinai as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim” (Jo 5. 39).

Noutro lugar ele diz: “Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória?” (Lc 24. 25, 26). O texto afirma que logo em seguida, Jesus “[…] começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras” (Lc 24. 27).

Quer conhecer o Cristo da Escritura? Se sua resposta for sim, então leia a Bíblia! Não deixe para depois comece agora mesmo! Mas, além de ler, você precisa também crer em Jesus Cristo. Não pode ser um crer de qualquer jeito, porque Ele diz: “Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” (Jo 7. 38). Portanto, leia, examine e creia, pois, assim você constatará a singularidade do Cristo da Escritura, o Deus Salvador. Deus te abençoe!

Por: Rev. Fabio Henrique de Jesus Caetano
Pastor da IPGII – DF.

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