Fala sério, você saberia dizer o que é um cristão? O que significa ser um cristão? O que determina que uma pessoa é um cristão verdadeiro? Basta dizer que crê no Senhor Jesus para ser um cristão? A profissão verbal é suficiente? O rótulo de autenticidade vem como decorrência da profissão somente, ou é preciso algo mais? Você já se perguntou: “Eu realmente sou cristão?” (Mike McKinley).
Mike McKinley afirma que: “Literalmente, a palavra cristão significa seguidor de Cristo”. Portanto, o que qualifica que uma pessoa é um cristão, vai além daquilo que a boca diz. Conforme o ensino da Escritura, o cristão é alguém que imita o Senhor Jesus.
No célebre sermão do monte, Jesus discorre sobre vários assuntos (Mt 5, 6 e 7). E como pregador Jesus faz uma conclusão que chama os ouvintes a uma tomada de decisão (Mt 7. 13-27). Veja que o Senhor Jesus acaba de alertar sobre os falsos profetas (Mt 7. 15-20), agora adverte sobre os falsos professos (Mt 7. 21-27). O que consta na conclusão é chocante. Na conclusão Jesus fala sobre o que os falsos professos dizem e sobre o que os falsos professos dirão. Fala ainda sobre o que Jesus diz, também sobre o que Jesus dirá.
Gosto da clareza da passagem que o Senhor Jesus diz: “Nem todo o que me diz [..] mas aquele que faz” (Mt 7. 21). Dizer para Jesus: “Senhor, Senhor”, pode parecer algo soleníssimo. Mas, se a fala não vier acompanhada pela obediência, então o que parecia ser solene, acaba sendo algo vazio e profano. Portanto irmão, muito cuidado, não se engane: “É possível você sinceramente pensar que é um seguidor de Cristo, mas, na verdade, não ser” (Mike McKinley).
Os falsos professos dizem no presente: “Senhor, Senhor”. Note que no ensino do Senhor Jesus o que falam não passa de uma mera profissão verbal. Porém, trata-se de uma profissão desconectada da obediência.
Sabemos à luz da Bíblia que a profissão de fé faz parte daquilo que classifica uma pessoa como um cristão (Rm 10. 9, 10). Todavia, não basta você apenas declarar que é um cristão, algo mais precisa acontecer. O falar não é suficiente para entrar no reino dos céus, conforme Jesus ensina, é preciso algo mais. Algo mais, não como adição à fé, mas como comprovação da existência da verdadeira fé.
A profissão de fé meramente verbal é insuficiente. Para uma pessoa ser salva é necessário mais do que uma profissão de fé. O falso crente tem uma profissão verbal: respeitosa, ortodoxa, fervorosa e pública. Porém, desacompanhada do termômetro da verdadeira fé, a saber: a obediência!
A grande comissão ratifica o que temos pontuado até aqui (Mt 28. 18-20). Jesus diz que o discipulado, além de dar destaque a transmissão de doutrina, envolve também o princípio ético do reino de Deus. Ele diz: “ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado”. A profissão verbal não pode ser dissociada da obediência, porque a obediência é o teste da verdadeira fé.
São várias as passagens que mostram que a obediência é o ponto de toque da verdadeira fé. Veja o que ensina a Escritura: “Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade” (1Jo 1. 6). No capítulo seguinte, o apóstolo prossegue dizendo: ”Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade” (1Jo 2. 3, 4). Além disso, o cristão é alguém chamado para viver como o seu Senhor. Assim diz o texto santo: “aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou” (1Jo 2. 6). Portanto, o cristão deve imitar o seu Senhor. O que destoa disso é puro engodo religioso.
De sorte que a declaração, “Senhor, Senhor”, trata-se de uma profissão solene feito por falso professos. Os falsos professos fazem uma profissão de fé ortodoxa. Porém, a recitação do falso crente: “Senhor, Senhor”, não é o bastante. A profissão de fé verbal é importante, mas não é suficiente. O que é falado deve ter conexão com aquilo que é praticado. Fé sem obediência é fé morta. “Jesus não fica impressionado com nossas palavras piedosas e ortodoxas” (John Stott).
O verdadeiro cristão demonstra a junção da fé com a obediência. O patriarca Isaque exemplifica muito bem o que estamos dizendo. O Senhor fez promessa ao filho de Abraão. Além disso, o Senhor deu uma ordem: “Não desças ao Egito. Fica na terra eu te disser […] (Gn 26. 2). Depois de ouvir a promessa e a ordem do Senhor Deus, “Isaque, pois, ficou em Gerar” (Gn 26. 6). Portanto, a postura de Isaque é um exemplo de fé. E sua obediência uma comprovação da existência da fé. É assim que vive o verdadeiro cristão.
Sendo assim, como discípulos do Senhor Jesus somos chamados a professar a fé e a obedecer os seus mandamentos. Que o Senhor nos ajude a professar o seu senhorio e a obedecer a sua ordem, em o nome do Senhor Jesus.
Por: Rev. Fabio Henrique de Jesus Caetano.
Pastor da IPGII – DF.