O discípulo de Cristo tem uma missão definida. A missão foi dada pelo Rei dos reis, o Senhor dos senhores. Jesus ordena: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15). O ponto de partida da nossa reflexão começa com essa passagem.
Há alguns anos ouvi uma pregação na passagem supracitada. Daí, quando, recentemente recebi a missão para conduzir a devocional da reunião de oração, fui recordado daquilo que tinha escutado. Lembrei do “ide por todo o mundo”. Confesso que quando recebi a tarefa fiquei com receio. Porém, minha mente revisitou aquela mensagem. Com isso, a minha mente formulou a seguinte pergunta: “Para qual local devo ir?”.
Não demorou para que minha mente viajasse. Passei alguns momentos pensando em alguns lugares distantes, pessoas e culturas diferentes, ou outros lugares próximos aqui do nosso país. Lembrei também que oramos em nossa reunião de oração por oportunidades para pregar a palavra de Deus. Daí pensei, se Deus mostrasse uma oportunidade para falar sobre a sua palavra para uma pessoa por dia, durante os 365 dias do ano, então, ao final teria falado para o equivalente número de dias do ano. Isso é incrível!
A seguir, então racionei, se ao invés do IDE fosse contabilizado o número de pessoas que Deus colocou diante de mim para pregar o evangelho, porém não falei. O que me levou a fazer uma continha rápida. Pensei assim: “tenho 23 anos de casado, foi quando comecei a frequentar a Igreja Presbiteriana”. Minha conta partiu do tempo em que comecei a frequentar à igreja.
Pensei mais: “devo ter pego o ônibus duas vezes por semana para o trabalho, ou para fazer algo durante cinco dias da semana. Durante os vinte e três anos cheguei a um total de 11.960 pessoas que possivelmente sentaram ao meu lado. São muitas pessoas. E mais, fui ao supermercado ao menos uma vez por semana. Certamente tive contato com a pessoa do caixa, ou alguém próximo. Em vinte e três anos foram 1.196 oportunidades.
Pensei mais, também fui à feira ao menos uma vez por semana, no mínimo falei com três feirantes diferentes, cujo total chega a 3.588 pessoas. Avancei na conta. Fui à padaria pelo menos três vezes por semana, provavelmente falei com a pessoa do balcão e com a pessoa do caixa, ou alguém na fila, total 2.392 pessoas. Fui uma vez na semana ao Banco. Lá tive que falar com uma pessoa. Em vinte e três anos foram 276 oportunidades possíveis desperdiçadas. Logo, um total de 19.412 pessoas passaram na minha vida e eu não falei do evangelho.
Com isso, parei de fazer a conta, pois não sei quantas pessoas tive contato no meu trabalho, nos cursos que fiz, os familiares, diversas festas, no futebol, aguardando nas mais variadas filas, vizinhos, porteiros, recepcionistas, estacionamentos e lojas. E por aí vai. A conta não pára.
Sendo assim, entendi que mesmo não indo, Deus já enviou várias vezes pessoas para serem evangelizadas por mim, mas não fiz nada. Não falei. Guardei a mensagem para mim mesmo. Não a compartilhei.
Amados, precisamos da misericórdia de Deus para desvendar nossos olhos. Perceber que o “IDE POR TODO O MUNDO” é também na verdade, todas as pessoas que temos contato diariamente, em qualquer lugar, em qualquer situação.
Noutro dia, o pastor da nossa igreja pregou sobre a parábola do “Bom Samaritano”. Nela Jesus disse: “Qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” Você é o próximo de quem? Fica aqui o exemplo do nosso irmão Juarez, que em pleno gozo de férias, na praia com os seus netinhos, não deixou de entregar o exemplar do Cada Dia ao José da Silva, numa praia da Paraíba.
Ide Juarez, naquela praia da Paraíba, lá encontrando o José da Silva pregai o evangelho. Nosso irmão fez o que Jesus ordenou. E você, como tem feito? Não perca as oportunidades. Deus tem colocado pessoas para contarmos as boas novas. Anuncie o evangelho, pois ele é “o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu também do grego” (Rm 1.6).
Jamais desperdice uma oportunidade de pregar o evangelho.
Por: Douglas Vilane Guimarães
Membro da família IPGII.