O profeta Jeremias recebeu de Deus uma ordem para invocá-lo. Ordenou o Senhor dizendo: “Invoca-me, e te responderei […]” (Jr 33. 3). O profeta estava preso numa cisterna lamacenta. A vida estava bastante difícil para o homem de Deus. É curioso que invocar a Deus é um privilégio da igreja. Porém, o que deveria ser praticado com naturalidade no dia mau, acaba não sendo. Daí, o Senhor ordena ao profeta a invocá-lo.
Noutro lugar a mesma verdade é dita: “invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás” (Sl 50. 15). O que deve ser feito como um privilégio, isto é, invocar a Deus, também deve ser considerado um dever. Por isso, digo que é preciso crer. Buscar a Deus por intermédio da oração é um privilégio, acontece por causa da nossa necessidade e também é uma reivindicação do Senhor. Mas para fazê-lo é preciso crer? Por quê? Por três razões que serão agora destacadas:
Primeiro, para obedecer. “[…] invoca-me no dia da angústia”. Precisamos entender quem é que dá a ordem. Quem ordena o faz na autoridade do seu próprio nome glorioso. Quem ordena tem conhecimento o bastante para saber que nalgum momento a coisa vai acontecer. Ele é o Senhor.
O dia da angústia é uma questão de tempo. Cedo ou tarde você vai se deparar com o referido dia. Enfrentar o sofrimento faz parte da experiência humana. Angústia é uma situação vivida por todo ser humano. Nalgum momento passaremos por essa experiência nefasta.
Provavelmente você já passou por alguma aflição. Talvez você não soube o que fazer naquele momento, mas, agora você não é mais ignorante. Agora sabe como proceder no dia da angústia. É preciso crer para obedecer.
Segundo, para receber. “[…] eu te livrarei”. Antes vimos a autoridade do Senhor por meio da ordem dada. O crente precisa obedecer aquilo que seu Senhor ordena. Quem crê obedece aquilo que é requerido pela Palavra de Deus. A ordem do Senhor é um mandamento.
Agora, aprendemos outro aspecto do ser de Deus, que diz respeito a sua fidelidade. Quando o Senhor Deus faz uma promessa, atrelado ao que promete está o atributo da fidelidade. Por isso, podemos confiar que aquilo é verdadeiro. Podemos confiar que aquilo será realizado.
Aqui temos uma promessa. Sua promessa tem conexão com a fidelidade de Deus. Ele promete que se você invocá-lo no dia mau, receberá o livramento. Ele é fiel. Ele tem poder para fazer o que não podemos fazer. Creia naquilo que o Senhor prometeu. Lembre-se que para receber também é preciso crer.
Terceiro, para glorificar. “[…] e tu me glorificarás”. A mensagem começa acentuando o que precisamos fazer no dia mau. O texto prossegue e fala o que o Senhor faz em resposta a nossa oração. Agora volta a nossa responsabilidade novamente.
Quando Deus faz algo em nosso favor é dever nosso tributar-lhe a glória devida ao seu santo nome. Devemos proceder assim pela oração. Devemos agir assim com o louvor. As canções devem ser utilizadas para glorificar nosso Senhor e Deus.
A postura requerida daquele que experimenta o livramento envolve, dentre outras coisas, a adoração, o que acaba sendo também o mecanismo que nos livra da prepotência. Porque é fato que existe o risco de acharmos que aquilo que aconteceu foi mérito nosso. Pensamos que aquilo foi algo que fizemos por merecer. Por isso, a adoração aponta para quem de fato merece a glória.
Quando damos glórias a Deus, deixamos o centro para deixar que Ele ocupe o lugar da centralidade. É assim que os servos de Deus devem agir. Por isso, digo que é preciso crer para obedecer, para receber e para glorificar. Eis o conselho da Escritura: “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11. 6). Além disso, escrito está que: “tudo o que não provém de fé é pecado” (Rm 14. 23). A instrução foi dada. Ela é clara e direta. Quem procede assim experimenta o que foi prometido.
Todavia, teve uma pessoa que passou por um quadro de angústia avassalador. Enfrentou o dia da angústia no grau mais elevado que você possa imaginar. Ele sofreu a angústia da alma. Porém, sabia que aquilo era inevitável. Certa feita, ele disse: “Agora, está angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para esta hora” (Jo 12. 27). O Senhor Jesus conhecia a passagem com a qual fomos alimentados, mas não pediu pelo livramento da angústia, porque sabia que havia vindo para a cruz.
Depois ainda passou pela experiência do Jardim do Getsêmani. Lá, contudo, a angústia foi tão intensa, que convidou três de seus discípulos para orar juntos (Mt 26. 36-38). Desta feita, Jesus orou dizendo: “Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice!” (Mt 26. 39). Contudo, note que o Filho de Deus não recebeu o livramento prometido no Salmo. Por que será?
Por fim, teve que enfrentar o apogeu da angústia na cruz do calvário. O grau mais elevado de angústia. Mesmo assim, não foi poupado. Não foi livrado para você não ter que passar pelo que Ele passou. Passou por tudo isso para você não passar pela angústia do inferno. Deus não livrou seu Filho da cruz, pois na cruz JESUS estava livrando a mim e a você do fogo da perdição. Jesus não foi poupado da angústia para que a promessa de livramento cumprisse em você e em mim. Aleluia!
Por: Rev. Fabio Henrique de Jesus Caetano