Todos passamos por crises existenciais. O Salmo 73 é um bom exemplo desse tipo de adversidade. Nele, há uma descrição da tribulação enfrentada pelo salmista. Era uma crise aguda. Sua crise era uma aflição do coração. Era uma demonstração de falta de contentamento (Sl 73. 3). Por causa disso, o servo de Deus teve dúvida quanto à fé. Há um momento que escancara o seu coração dizendo: “Com efeito, inutilmente conservei puro o coração e lavei as mãos na inocência” (Sl 73. 13).
Note, portanto, que o desespero estava alojado em sua alma. A sua voz revela o que estava acontecendo com o seu coração. Todavia, quando a crise do coração é resolvida, convicções são fortalecidas. Vamos ver como muda tudo. Depois de superar um momento dificílimo, a perspectiva do salmista é outra. Seu olhar é retirado da esfera temporal. Agora olha para as coisas que realmente importam. A crise, portanto, seria vencida. O que ficou maduro depois de passar por tudo aquilo? O que dá garantia que a crise será vencida?
Primeiro, a sustentação (Sl 73. 23). “Todavia, estou sempre contigo, tu me seguras pela minha mão direita”, afirma a Escritura. Maravilhoso! A crise foi deveras avassaladora. Veja as palavras utilizadas para descrever: “Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés; pouco faltou para que se desviassem os meus passos” (Sl 73. 2). O salmista enfrentou um tempo difícil. Foi punk. Porém, agora sabe que o pior não aconteceu, porque havia uma mão forte segurando a sua mão frágil. Uma mão grande segurando a sua mão pequena. A figura da sustentação é vista por meio da figura da mão. “O SENHOR firma os passos do homem bom e no seu caminho se compraz; se cair, não ficará prostrado, porque o SENHOR o segura pela mão” (Sl 37. 23, 24). Noutro lugar, diz o Senhor Jesus: “Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão” (Jo 10. 28). Você não é destruído durante a crise, porque ele te segura pela mão. Sua vida é preservada por causa da mão D’Ele.
Segundo, a direção (Sl 73. 24). “Tu me guias com o teu conselho […]”. O salmista havia vivenciado momentos severos de incertezas. Foi mesmo muito difícil. Isso acontece porque durante um período de crise, tudo parece obscuro. A mente fica confusa. O entendimento ofuscado. Todavia, a tragédia não aconteceu por causa do conselho recebido. Quando tudo parecia perdido, o salmista entrou no santuário de Deus (Sl 73. 17). O descortinar da mente embotada aconteceu quando o salmista entrou na presença de Deus. Naquele lugar, a venda que estava sobre os seus olhos foi arrancada. O seu entendimento recebeu luz, daí as trevas tiveram que bater em retirada. Na crise deparamos com caminhos que, aparentemente, são inofensivos. Todavia, não são. Na crise ficamos rodeados por perigos. A sedução é uma armadilha constante. Por isso, o conselho é extremamente necessário. Você e eu precisamos ser guiados pelo conselho de Deus. Para vencer a crise precisamos de conselho confiável, sólido e seguro. Conte sempre com o seu bom conselho.
Terceiro, a coroação (Sl 73. 24). Por fim, diz a Escritura: “[…] e depois me recebes na glória”. O salmista começa o Salmo falando da situação vivida. A princípio estava com o coração voltado para as questões temporais. Todavia, após ter uma experiência no santuário de Deus, tudo mudou. Agora, o seu coração vislumbra o que é transcendental. Olha para além da cortina temporal. Consegue vislumbrar o que realmente importa. Uma coisa precisamos ter em mente: a crise existe mesmo. Porém, não dura para sempre. Há um momento que toda ou qualquer crise será eliminada. Nossa vida com Cristo se assemelha a uma maratona. O treinamento do maratonista é arrojado. No entanto, quando o atleta cruza a faixa de chegada recebe a premiação e o abraço do seu treinador. A imagem é bonita. Mas, ela não se compara com o nosso encontro com Jesus. Será algo parecido com o que aconteceu com Enoque. “Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para si” (Gn 5. 24). Um dia Cristo virá ao nosso encontro. Será um dia glorioso. A cena é linda. Seus braços estendidos e abertos nos receberão na glória. Ele vai nos receber no céu. Esteja plenamente certo: toda crise vai acabar.
No mundo vamos mesmo passar por situações difíceis. “No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16. 33). São palavras do Senhor Jesus. Todavia, antes de falar tais palavras, ele havia falado sobre tanta coisa consoladora. Falou que ia preparar uma casa e que a igreja não estaria sozinha. Portanto, não estamos sozinhos. Estamos na mão do Senhor Jesus. É ele quem segura a nossa mão. Para o tempo de crise podemos ter a certeza que o seu conselho nos será dado. Precisamos, todavia, ficar atentos para a direção que nos será dada. E mais, vamos sim cruzar a faixa de chegada. E quando cruzarmos a faixa de chegada receberemos a coroa imarcescível da glória. Receberemos o prêmio da soberana vocação. A coroa da vida será posta sobre a nossa cabeça para que ocorra a coroação final da nossa jornada. Portanto, temos a garantia bíblica da parte D’Ele que a crise será vencida. Aleluia!
Por: Rev. Fabio Henrique de Jesus Caetano
